A Personalidade César Lattes
Mais uma vez os cumprimentamos e estamos aqui para divulgar mais uma importante personalidade cientifica na qual contribuiu bastante para a ciência.
César Mansueto Giulio Lattes mais conhecido como César Lattes é filho de imigrantes italianos, nasceu em 11 de julho de 1924 na cidade de Curitiba (Paraná). Cursou o primário entre 1929 e 1933 em uma escola de sua cidade natal e o secundário no Instituto Médio Dante Alighieri em São Paulo de 1934 a 1938 dando continuidade aos seus estudos na Universidade de São Paulo (USP), onde graduou-se em física e matemática, com apenas 19 anos de idade.
Indicado ao Prêmio Nobel de Física diversas vezes, o dinâmico César Lattes montou laboratórios, fundou o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e, com suas descobertas, foi estímulo para a comunidade científica nacional. Tornou-se tão notável que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) batizou o sistema de currículos acadêmicos com seu nome: Currículo Lattes Ave, César!
Em 1947, César Mansueto Giulio Lattes, com 22 anos, sugeriu ao chefe da H. H. Wills Laboratory da Universidade de Bristol, Cecil Frank Powell, um projeto para melhorar a emulsão nuclear que ele usava para estudar partículas do núcleo das células, acrescentando boro às chapas fotográficas utilizadas, para tanto, ninguém imaginava que a grandeza fosse tão enorme, permitindo assim, um novo paradigma para a física nuclear que o levaria a ser indicado algumas vezes para ser agraciado com o Prêmio Nobel de Física. O título não chegou, mas o intenso Lattes não desanimou e seguiu seus estudos e experimentos. Naquela época, era tradição que o prêmio fosse concedido aos chefes das pesquisas, em questão, Powell.
Em pouco tempo, Lattes descobriu o quarto elemento nuclear, o méson pi. Partícula subatômica que dá força à ligação celular e permite a movimentação entre prótons e nêutrons no núcleo, dando vida a uma célula. A pesquisa comprovava suspeitas anteriores de que havia um elemento – será mesmo um elemento, hein? a mais, capaz de fazer com que os prótons e elétrons se movimentassem sem se repelir, já que ambos possuem cargas opostas, positivas e negativas. A ocorrência caracterizou a física nuclear do pós-guerra e mudou de maneira impressionante o ambiente da física no país, pois os cientistas foram se entusiasmando e criando vários institutos de pesquisa, mesmo antes do retorno de Lattes para o Brasil.
Desde então, Lattes tem recebido várias homenagens e prêmios nacionais e internacionais. O reconhecimento internacional se deu em vários momentos: na Bolívia, onde é cidadão honorário; na Venezuela, com a Comenda Andrés Bello; com os prêmios Bernardo Houssay e de Física da Academia do Terceiro Mundo pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
No Brasil, as mais famosas passagens foram como membro da Academia Brasileira de Ciências e da União Internacional de Física Pura e Aplicada; recebeu os prêmios Einstein (1950); Fonseca Costa do CNPq (1958), a Medalha Santos Dumont, em 1989, a Medalha Comemorativa dos 25 anos e Placa comemorativa dos 40 anos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e foi considerado símbolo para o município de Campinas-SP, em 1992. Para Lattes, conforme dito por ele no documentário Cientistas Brasileiros “pessoal que sai do país com bolsa e por lá fica é sem-vergonha”. E ele voltou em 1948 para assumir a Cátedra de Física Nuclear da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
No ano de 1986, quando se aposentou, recebeu o título de Doutor Honoris Causa e professor emérito pela Unicamp. Várias escolas, ruas, laboratórios, praças, bibliotecas em muitos dos municípios brasileiros foram batizados como César Lattes. Em 1999, saboreou ainda em vida o reconhecimento máximo na própria casa, quando o CNPq deu ao sistema de currículos acadêmicos o seu nome: Currículo Lattes.
Frases:
“A ciência não pode prever o que vai acontecer. Só pode prever a probabilidade de algo acontecer”.
“Tudo o que eu fiz não vale uma sinfonia de Mozart”.
Referências Bibliográficas:
OLIVEIRA, Letícia. Perfil – César Lattes. Ipea. 16 de jan. de 2014. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2969:catid=28&Itemid=23. Acesso em: 30 de jul. de 2020.