top of page

A música e o ensino de Química

A busca por meios de promover aulas dinâmicas nunca foi tão importante quanto neste momento em que, não só o Brasil, mas o mundo se encontra. Em tempos de isolamento, professores buscam meios de chamar a atenção de seus alunos, fazendo uso de ferramentas diversas como auxiliadoras do processo de ensino que, agora, ocorre via plataformas virtuais (nas escolas que têm estrutura para promover esse tipo de ensino). A Química é, para muitos alunos, uma disciplina de difícil compreensão por necessitar de capacidade de abstração elevada. Nessa perspectiva, assimilar os versos de uma canção é mais fácil e ocorre de modo mais efetivo que assimilar um conteúdo considerado difícil para os estudantes. Nesse sentido, a música pode ser usada como um tipo de ferramenta que compõe o material de apoio do aluno, e tem como objetivo entreter, assim como promover o processo de assimilação, de modo facilitado, dos conteúdos propostos devido às associações que a mesma promove. De acordo com Weigsding (2014):

A música, mais do que qualquer outra arte, tem uma representação neuropsicológica extensa, com acesso direto à afetividade, controle de impulsos, emoções e motivação. Ela pode estimular a memória não verbal por meio das áreas associativas secundárias as quais permitem acesso direto ao sistema de percepções integradas ligadas às áreas associativas de confluência cerebral que unificam as várias sensações. (WEIGSDING, 2015, p.48)


Pensando nessas características que a música possui e como ela interage com o nosso cérebro: é possível aprender Química com música?, já adiantamos que sim, o uso da música no processo de ensino-aprendizagem pode contribuir para a aprendizagem significativa. É fato que o ambiente escolar não tem sido muito atrativo para os alunos, alguns autores apontam para a necessidade de uma educação afetiva, o que implica diretamente na relação aluno-professor, no modo como ambos interagem no processo de construção do conhecimento, e nesse ponto a música também pode contribuir para o fortalecimento desse laço afetivo que trás benefícios à sala de aula.

Ao longo da histórias das civilizações é possível notar a presença da música e sua importância. Na Grécia antiga a música era considerada uma ciência, estava presente nas peças teatrais, no Egito a música estava nos trabalhos no campo, já em Roma a música era classificada como sagrada ou profana. Ao longo dos anos o uso, os tipos, a classificação das música foram sofrendo mudanças até chegar na música que conhecemos hoje, com vários instrumentos, vozes das mais diversas e principalmente com meios diferentes para ouví-las. Entre os motivos para se utilizar a música no ensino, um é justamente essa facilidade do aluno em ter acesso à ferramenta, hoje é muito fácil ter acesso a um aparelho que reproduza MP3.

Uma proposta que vale a pena ser considerada é a produção de uma paródia com os conceitos químicos, ao elaborar a paródia o aluno vai trabalhar diferentes habilidades além da escrita, e seguramente vai precisar estudar o conteúdo para só então escrever a letra. Uma proposta assim foi utilizada em uma escola de pública de São José dos Pinhais - PR, onde a professora utilizou a música como instrumento para o ensino de química, incentivando os alunos a construir a paródia. No fim da experiência a professora pôde avaliar que os alunos estavam muito mais motivados, que a relação afetiva entre os agentes envolvidos havia melhorado e que de fato os alunos conseguiram fixar na memória o conteúdo estudado (COUTINHO; HUSSEIN, 2013).

Referências

COUTINHO, Laudicéia Rocha; HUSSEIN, FRGS. A música como recurso didático no ensino de química. Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Ciências, v. 9, 2013. Disponível em: http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/ixenpec/atas/resumos/R1319-1.pdf>. Acesso em 20 de julho de 2020.

JUNIOR, Wilmo Ernesto Francisco; LAUTHARTE, Leidiane Caroline. Música em aulas de química: uma proposta para a avaliação e a problematização de conceitos. Ciência em tela, v. 5, n. 1, 2012. Disponível em:<http://www.cienciaemtela.nutes.ufrj.br/artigos/0112_junior.pdf>. Acesso em 20 de julho de 2020.

WEIGSDING, Jéssica Adriane; BARBOSA, Carmem Patrícia. A influência da música no comportamento humano. Arquivos do MUDI, Maringá, v. 18, n. 2, p. 47-62, 2014. Disponível em: <http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi/article/view/25137>. Acesso em 20 de julho de 2020.

Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page