Tecnologia e Ciência: Robôs no combate ao covid- 19, como a inteligência artificial pode contribuir
A pandemia de SARS-CoV-2 e a difusão de COVID-19 são uma emergência internacional de saúde pública. Em dezembro de 2019, o novo coronavírus foi identificado e isolado por pesquisadores na China, sendo constatado como o agente determinante da doença. Menos de um mês o vírus já atingia vários outros países no mundo, se espalhando rapidamente. Assim, foi oficialmente declarada a pandemia em 11 de março de 2020 (BRASIL, 2020g; LANA, 2020). Ainda hoje, em alguns locais, como o Brasil, o número de casos e mortes ainda aumenta.
Com o aumento da incidência de casos no Brasil, autoridades de saúde mundiais têm alertado sobre a necessidade do isolamento social como forma de conter a evolução do número de casos de infecções causadas pelo vírus da COVID-19. Esse método de barreira sanitária tem sido utilizado em vários países e tem mostrado um impacto positivo no controle da disseminação do vírus e redução do número de casos. (KRAEMER et al., 2020).
Nesse cenário, cientistas e profissionais da saúde de diferentes países buscam, através de diversos estudos, formas de combate ao vírus causador da pandemia. Na área da saúde, o uso de tecnologia se mostra cada vez mais ascendente, que tem sua utilidade para o desenvolvimento de novos recursos aliados a esse meio, tendo como exemplo a robótica que se mostra um instrumento inovador com grande potencial na contribuição mediante a essa pandemia.
Porém, a seguinte indagação surge nesse contexto: De que maneira a utilização da robótica aliada à medicina pode contribuir no combate ao Covid-19?
No Brasil, cientistas desenvolveram estudos que tem como objetivo a construção de robôs capazes de emitir radiação ultravioleta do tipo UV- C. Esse tipo de luz é responsável por destruir a capa proteica e o material genético do vírus, tornando-o completamente inativo e interrompendo o ciclo de contágio. Segundo Cardoso (2007), a irradiação ultravioleta se utilizada com intensidade e tempo de exposição suficiente pode ser eficiente no controle microbiocida em superfícies. As irradiações ultravioletas na faixa de 210 e 330 nm são mais eficientes por serem absorvidas pelas proteínas e ácidos nucleicos, provocando mutações genéticas e inativação de enzimas e, consequentemente, a morte da célula.
Imagem 1: Mostra a radiação penetrando o núcleo do DNA/ RNA rompendo sua estrutura molecular o tornando incapaz de se reproduzir.
No país, o Grupo de Ótica do Instituto de Física da USP de São Carlos-SP (IFSC )[1] criou um rodo que emite raio ultravioleta para descontaminar pisos nos hospitais. Dois equipamentos foram cedidos à Santa Casa de Misericórdia da cidade paulista para testes.
[1] https://www.ictq.com.br/farmacia-clinica/1371-coronavirus-usp-inventa-rodo-com-raio-ultravioleta-para-desinfectar-hospitais
Imagem 2 e 3: Rodo criado pelo Grupo de Óptica do Instituto de Física da USP de São Carlos-SP (IFSC ).
No estado de Alagoas, um grupo de pesquisadores do Instituto Federal de Alagoas – Ifal[2], desenvolveu um robô com a mesma finalidade, é o robô “Lampião”, desenvolvido pelos pesquisadores Alberto Jorge Santos, Jacksiel José de Abreu, Allisson Luis Nascimento, Rômulo Afonso de Omena e Demétrius Pereira Morilla, todos professores dos cursos técnicos de Eletrônica, Eletrotécnica e Química do Ifal Campus Maceió.
[if !supportFootnotes][2][endif] https://www2.ifal.edu.br/campus/maceio/noticias/cientistas-do-ifal-desenvolvem-robo-que-combate-o-coronavirus
Imagem 4: Robô criado pelo grupo de pesquisadores do IFAL Campus Maceió.
Esses estudos ainda estão em desenvolvimento e testes têm sido realizados, mas já demonstra um grande impacto no ramo da ciência e tecnologia nessa pandemia no mundo todo.
Referências
CARDOSO, C. F. Avaliação da esterilização de filme de polietileno com peróxido de hidrogênio e radiação ultravioleta. 2007. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.
GUIMARÃES, Reinaldo; VIANNA, Cid Manso de Mello. Ciência e tecnologia em saúde: tendências mundiais, diagnóstico global e estado da arte no Brasil. In: Anais da I Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde. 1994. p. 115-236.
KRAEMER, M. U. G. et al. The effectofhumanmobilityandcontrolmeasuresonthe COVID-19 epidemic in China. Science, Mar-2020. Disponível em: https://science.sciencemag.org/content/early/2020/03/25/science.abb4218. Acesso em: 12 de maio de 2020.
LANA, R. M. et al. Emergência do novo coronavírus (SARS-CoV-2) e o papel de uma vigilância nacional em saúde oportuna e efetiva. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 3, Fev. 2020. Disponível em: http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/artigo/999/emergncia-do-novo-coronavrus-sars-cov-2-e-o-papel-de-uma-vigilncia-nacional-em-sade-oportuna-e-efetiva. Acesso em: 12 de maio 2020.